“Eu desde muito novinha queria ser advogada”. Essas foram as primeiras palavras de Larissa Carlinda Hermes dos Santos, 21 anos, natural de Caicó e residente no bairro Walfredo Gurgel, ao relatar sua aprovação em direito pela Universidade Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, e diga-se de passagem, em primeiro lugar, o que reforça o orgulha da família, em especial, sua mãe, de quem a jovem faz questão de lembrar: “Desde que me entendo de gente, ela é empregada doméstica, mas nunca me negou amor, carinho e apoio para eu crescer na vida”, relatou a futura advogada.
Dos traumas que a vida lhes dera, tem um que é inesquecível para Larissa, a perda prematura do seu pai, de quem ela lembra entre uma mensagem e outra ao falar da sua aprovação numa faculdade de direito. Larissa também relatou o carinho pelo seu padrasto, de quem imprime gestos firmes para a caminhada em uma comunidade pouco lembrada pelo poder público, com serviços sociais e inclusivos escassos, aonde, segunda ela, sobram sentimentos de impotência e noites escuras de incertezas de um futuro brilhante, mas que ela nunca desistiu e garante que será resistência.
Para optar pelo direito, Larissa contou ser um sonho de infância e que ainda pequena brincava de tribunal com suas bonecas: “Desde pequena eu via na televisão os advogados, e aquilo muito me interessava, era impressionante, eu sempre via a justiça, gostava de ver as leis e de como eram aplicadas, era encantador tudo aquilo, até que me tornei adolescente com o diploma ginasial nas mãos, não pensei duas vezes, fui trabalhar em um escritório de advocacia, do qual só saí para estudar, e tentei no ano passado o Enem pela segunda vez, e graças a Deus consegui”, desabafou.
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