A jovem Ayla Carla Inácio do Nascimento, de 20 anos,
suspeita de matar com um golpe de faca o ex-companheiro, identificado como
Gaspar Anacleto, de 40 anos, já se encontra no Centro de Detenção Provisória
feminino de Parnamirim. O crime, que ocorreu na manhã desta sexta-feira (29),
chocou a todos que passavam pela avenida Nilo Peçanha, no bairro de Petrópolis.
Após cometer o assassinato Ayla se entregou a polícia
pedindo inclusive que fosse algemada e presa, declarando em alta voz que matou
para se defender. Na delegacia, antes de ser conduzida para o CDP, a moradora
de rua conversou com a reportagem do Portal BO revelando sua vida nas
drogas e o que realmente motivou o assassinato.
PortalBO - Ayla, de onde partiu e por que a ideia de
matar o seu ex-companheiro?
Ayla - Eu não tive ideia de matar Gaspar, foi ele
que me ameaçou caso eu não reatasse o nosso caso. Hoje, ele chegou com uma faca
na cintura me gritando e me pedindo pedra (crack), mas eu não tinha, por causa
disso ele me deu um tapa e acabamos brigando.
Portal BO - Você consome drogas?
Ayla - Sou viciada em crack desde os meus 12 anos.
Nunca quis nada de ninguém, mas tudo que eu apuro nos sinais e pedindo é para
comer e para fumar pedra. Na rua tem muito "noiado" (sob efeito de
drogas) dando uma de bom menino pobre.
Portal BO - Então você matou ele por causa de drogas?
Ayla - Não. Depois de me bater no rosto por que eu
não tinha pedra, ela saiu e voltou mais tarde ainda armado com a faca, desta
vez "noiado" e querendo me furar. Ele veio em minha direção e tentou
acetar um golpe de faca em mim, eu me afastei e consegui tomar a faca da mão
dele e acertá-lo no peito.
Portal BO - O que você fez depois de acertar ele com um
golpe de faca?
Ayla - (risos), eu disse: Morre miserável!!!!
Portal BO - Então você queria vê-lo morto?
Ayla - Eu queria me livrar dele, mas não daquela
forma. A morte foi ele quem procurou. Você não sabe como esse homem vinha me
perturbando, ele queria viver comigo, mas na verdade só fazia levar minhas
pedras e arrumar confusão.
Portal BO - Você tem consciência que será autuada por
homicídio e poderá viver muitos anos na cadeia?
Ayla - Tenho, mas a vida é assim mesmo. Vou pagar
minha cadeia e depois eu estou solta de novo. O que eu nunca vou querer é
alguém me fazer algum mal, isso não.
Depois de questionada a jovem acusada pediu para um
agente folgar as algemas que, segundo ela estavam apertadas. Em seguida Ayla
pediu água e se manteve em silêncio.
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