O
delegado Fábio Rogério, ex-titular da Delegacia Especializada de
Homicídios do Município de Natal (Dehom), foi transferido para a
Delegacia de Parnamirim. A transferência se dá após o delegado reclamar
nas redes sociais e na imprensa da falta de estrutura e de pessoal na
Dehom.
O delegado Ben-Hur de Medeiros foi nomeado
para a Dehom. O ato foi publicado no Diário Oficial do Estado neste
sábado (17). “Foi perseguição, intolerância e um desrespeito à
sociedade”, disse Fábio Rogério.
Em entrevista ao G1, o
delegado geral de Polícia Civil do Rio Grande do Norte, Stênio Pimentel,
negou que a transferência de Fábio Rogério se deu por perseguição e
afirmou que o motivo seria a insatisfação do profissional. “A
transferência se deu em razão da insatisfação de Fábio Rogério
expressada em várias entrevistas e até em redes sociais. Se um servidor
público trabalha insatisfeito naturalmente ele não irá ter um rendimento
satisfatório, então entendemos que seria melhor tranferi-lo. Não há
perseguição. Vale lembrar que Fábio Rogério foi nomeado por mim para a
Dehom que é um cargo de confiança”, afirmou Stênio.
Além da transferência, o delegado geral
instaurou procedimento administrativo disciplinar para apurar
“transgressões disciplinares como insubordinação, quebra da hierarquia e
agir com deslealdade com a instituição” por parte de Fábio Rogério.
No dia 10 de outubro Fábio Rogério postou
nas redes sociais sua insatisfação com a transferência de agentes de
Polícia Civil da Dehom para outras unidades. “Mais uma vez, constatamos a
falta total de consideração e respeito da cúpula da Polícia Civil com
os profissionais de segurança que integram à Dehom. Tiraram bons
Policiais Civis da Unidade, sem o conhecimento prévio do gestor”,
escreveu nas redes sociais. Ele se referia à transferência de dois
agentes de Polícia Civil da Dehom.
Fábio Rogério criticou a falta de pessoal e
estrutura da Dehom para trabalhar. Segundo ele, dos nove delegados da
especializada apenas cinco trabalham em investigação e os outros quatro
atuam apenas em plantões. “A estrutura é a mesma desde que a
especializada foi criada em agosto passado. Eles não tiveram coragem de
proporcionar condições e meios de trabalho, começaram a minar tirando
policiais de lá para que eu pedisse pra sair. Nas minhas declarações eu
apenas comuniquei à sociedade a realidade da Dehom porque é um
desrespeito às famílias que perderam seus entes queridos. Essas famílias
querem uma resposta, querem saber quem matou, por que matou, querem
justiça, mas sem estrutura fica difícil”, afirmou o delegado.
O delegado geral por sua vez afirmou que a
Dehom é a delegacia com maior efetivo no estado e conta com 9 delegados,
9 escrivães, quase 60 agentes de polícia civil e 11 viaturas. “Nenhuma
outra delegacia do RN tem esse efetivo. Os policiais fizeram cursos de
investigação recentemente, nós damos todo o apoio à Dehom”, disse.
Stênio Pimentel afirmou ainda que a produtividade na Delegacia de
Homicídios de Natal “não tem sido a melhor possível”. Segundo ele, a
Dehom de Mossoró, que tem uma delegada, dois escrivães e 7 agentes, tem
índice de eficiência maior.
O ex-titular da Dehom apresentou números
que indicam que de fevereiro a setembro deste ano foram remetidos 64
inquéritos à justiça dos 314 instaurados e 55 criminosos foram presos
como resultado das investigações da Dehom. Segundo ele, nos seis meses
anteriores foram instaurados 199 inquértios, e concluídos apenas 18,
resultando na prisão de 8 pessoas. “Triplicamos a produtividade da
Dehom, então isso não pode ser argumento para me transferir”, disse.
Com informações do G1 RN
Nota do www.damiaooliveira.com.br
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