O capitão
da Polícia Militar, Styvenson Valentim, 40 anos, conhecido no Rio
Grande do Norte e no País, pelo trabalho que desempenhou no comando da
operação Lei Seca, vem ganhando destaque – embora de forma sutil – no
segmento da Educação. Hoje, ele já contabiliza pelo menos 500 palestras
em escolas públicas da capital e Interior. A média é de 20 reuniões
mensais, nas redes municipal e estadual.
O tema é
variado. Abrange desde a postura em sala de aula às normas de conduta
fora dela. Gravidez precoce, drogas, alcoolismo e desinteresse pelos
estudos são alguns assuntos debatidos, de forma interativa, com os
alunos do ensino médio e fundamental. A escola pública vivencia
atualmente um grande desafio: como agir diante de um quadro de violência
cada vez mais presente em seu interior.
Em sua
última palestra, nessa sexta-feira, no CAIC de Cidade Satélite/Planalto,
Styvenson lamentou vê pichações e depredações no prédio e saber que a
unidade foi alvo de sucessivos furtos. Diante disso, ele propõe discutir
as questões ligadas à violência no contexto escolar, compreendendo suas
várias facetas.
Apesar de
seu esforço voluntário, o PM lastima a situação em que anda o atual
processo de formação educacional discente e é incisivo na avaliação
final: “Isso está um caos. É aluno viciado em álcool e outras drogas,
transgredindo normas internas e cometendo atos infracionais. Muitos não
respeitam professores, diretores e até mesmo os pais. Obullying se tornou até algo insignificante, diante da gravidade do que vem ocorrendo dentro das escolas públicas”.
Para ele,
a escola é local de aprendizagem, mas não está conseguindo cumprir sua
missão em educar os menores para a vida. “Sabemos que a tarefa não é tão
simples assim, pois muitos alunos vêm de famílias desestruturadas. Por
motivos particulares, muitos pais já perderam a autoridade perante aos
filhos. É quando o problema tende a se agravar. Os educadores são
intimidados quando impõem regras e exigem boa conduta. Quando esses
menores estiverem adultos, não será diferente. Eles não irão respeitar
código de trânsito, códigos penais, mulher, pais, idosos”, observou.
Ainda no
seu diagnóstico, Styvenson defende a ocupação militar nos
estabelecimentos de ensino, principalmente naqueles localizados na
periferia. Para isso, explica, um policial que trabalha no setor
administrativo seria capacitado a trabalhar junto aos estudantes. “Ele
(policial) não irá interferir em discussão ligada à gestão ou
metodologia escolar, a não ser que haja algum crime ou infração”.
Segundo o
capitão, em Manaus, a ocupação militar em escolas com índices de
vulnerabilidade, resultou em uma redução de pelo menos 60% na
criminalidade. O estado de Goiás vem seguindo o exemplo e já aumentou em
48% o número de estabelecimentos de ensino com ocupação policial.
Ainda
assim, o oficial revela a intenção de participar da construção coletiva
de um plano de intervenção pedagógica junto aos alunos, discutindo
conceitos de violência, indisciplina, incivilidade e bullying.
“Se eles (alunos) querem continuar nas escolas, deverão seguir e cumprir
o regulamento. Nada de pichar paredes, brincadeiras fora de hora,
conversas que venham a atrapalhar as aulas.
Uma dos
exemplos onde a ocupação militar surtiu resultados satisfatórios,
revelou, foi a escola Estadual Professora Maria Ilka de Moura, no bairro
do Bom Pastor, na zona Oeste de Natal. Lá, comemora o oficial, não
existia sequer estrutura física adequada, já que o local foi alvo de
furtos e depredação. “A Polícia Militar conseguiu promover uma
mobilização de pais, educadores e alunos para tomada de consciência
sobre as questões relacionadas à violência no âmbito escolar. Agimos
somente com a presença ostensiva, dando bons exemplos. Quem não respeita
as regras é, de fato, punido pelos gestores da escola. Hoje, a
comunidade também faz bom uso do espaço”.
Os
gestores que quiserem palestra do capitão Styvenson em seus
estabelecimentos de ensino, devem enviar ofício de solicitação, com
antecedência, ao Comando Geral da PM. Os eventos são agendados pelo
próprio oficial.
Agora RN
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