Diante das
mudanças previstas em novo edital, que muda as formas de ingresso na
Polícia Militar, o concurso público mais aguardado em 2018 poderá ter
desistência em massa de candidatos. Pelo menos é essa a avaliação do
proprietário do IAP Cursos, Aldo Rocha.
Entre as
mudanças mais significativas do edital, previstas em lei, estão a
exigência de graduação em nível superior, nos graus bacharelado ou
licenciatura; aprovação no exame de avaliação psicológica e habilitação
para a condução de veículo automotor, no mínimo, na categoria B.
Segundo
Aldo Rocha, a mudança provocou uma grande insatisfação em parte de
alguns alunos. Contudo, apenas 8 dos 600 matriculados nas turmas do
cursinho preparatório resolveram abandonar as aulas, que que têm carga
horária de 180 horas e custa R$ 790. A maioria dos candidatos é jovem,
com idade entre 19 e 26 anos. “O que ocorre é que muitos só possuem
nível médio e já haviam começado a se preparar, antes mesmo do anúncio
dessas mudanças. Muitos também não têm carteira de habilitação, o que
torna o concurso inviável”, lamentou.
A
republicação do edital também deve ter acrescentada, no seu Item 3 (Das
Etapas), a avaliação psicológica, assim como deve dar oportunidade aos
candidatos já inscritos no concurso a desistência da inscrição efetuada e
a obtenção do reembolso dos valores recolhidos com inscrição.
Dessa
forma, explica o proprietário do cursinho, uma saída de bom senso para o
Estado seria a prorrogação da vigência dessas alterações no edital para
março de 2019. “Acredito que seria mais sensato o governo suspender ou
adiar essas mudanças para o próximo ano”.
Outra
dificuldade observada pelos candidatos, apontou Aldo, é o encurtamento
do período entre a publicação do edital e a aplicação das provas –
apenas 45 dias. Além disso, o conteúdo programático foi estendido, com a
inclusão de outras matérias, como informática e direito penal e
constitucional. “Fomos pegos de surpresa com essas medidas. No entanto,
aconselho aos alunos manter a calma e ter foco nos estudos. Vamos
aguardar um novo posicionamento do governo do Estado. Estamos torcendo
para que essas mudanças só ocorra em março do próximo ano”, disse.
De acordo
com a assessoria de Comunicação da Secretaria Estadual de Administração
e Recursos Humanos (Searh), a comissão do concurso da Polícia Militar,
formada por integrantes da Administração e Segurança, deverá se
pronunciar somente na próxima semana, se o governo do RN irá acatar
recorrer ou não da determinação judicial que impõe tais mudanças no
edital do certame.
A
determinação do juiz da 6ª Vara atende a um pedido feito pelo Ministério
Público Estadual, por meio de mandado de segurança com liminar.
Para
determinar as mudanças no edital, o juiz considerou ser possível que
candidatos aprovados no concurso, em tese, não possuirão os requisitos
legais exigíveis no momento da posse, tendo em vista que o edital foi
publicado sem observar a alteração legislativa dos requisitos para
investidura no cargo de policial militar.
Wagner Guerra - Editor
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