HARAMATSU (JAPÃO) - Em
um frio de 5ºC, uma multidão de brasileiros compareceu na manhã deste
domingo a estação de trem de Hamamatsu (200 quilômetros ao sul de
Tóquio), no Japão, para acompanhar o desembarque do deputado Jair
Bolsonaro (PSC-RJ), que faz um tour pela Ásia.
A
cidade foi escolhida porque tem a maior concentração de brasileiros em
terras japonesas - são 9.165 conterrâneos do pré-candidato à
Presidência, segundo censo divulgado pelo Ministério da Justiça em 2016.
Ao se
aproximar das catracas da estação, a comitiva foi recebida aos gritos de
"mito", para surpresa dos japoneses que estavam no local e que chegaram
a perguntar quem era a celebridade que estava causando aquela
movimentação.
O
pré-candidato viaja acompanhado de três de seus filhos e dos também
deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Luiz Nishimori (PR-PR).
Após se
encontrar com o cônsul brasileiro em Hamamatsu, Ernesto Otto Rubarth, e
tirar foto com os fãs na plataforma da estação, Bolsonaro seguiu a pé
por cerca de 300 metros até o restaurante Servitu, onde era esperado
para dar uma palestra para 350 pessoas e para um almoço. No caminho,
ganhou uma chapéu de bambu típico do Japão, que manteve na cabeça.
Em frente
ao restaurante, o designer Eduardo Henrique Kageyama dispôs sobre uma
mesa 100 camisetas com a estampa do "Bolsomito, nosso futuro presidente
que vai por ordem no país" e esperava vender todas por 2.500 ienes (75
Reais) cada.
Bolsonaro
iniciou seu discurso batendo continência para a bandeira japonesa e
elogiando o país na comparação com o Brasil. "Quando olhamos para o
nosso Brasil, vemos que temos tudo, riquezas minerais, biodiversidade,
energia hidráulica, eólica, solar, costas maravilhosas, mas temos uma
classe política lamentável", afirmou.
Na
sequência, sugeriu trabalhar em parceria com os japoneses para a
exploração de nióbio no Brasil, uma de suas principais propostas.
Com um
discurso com foco na economia, o pré-candidato prometeu combater a
corrupção e falou sobre as reformas tributária e trabalhista e criticou a
presença chinesa no Brasil. "A China está comprando terras
agricultáveis do Brasil e isso é preocupante porque a nossa segurança
alimentar brevemente estará nas mãos dos estrangeiros. Não quero brigar
com país nenhum nem impedir o comércio, mas não podemos vender o
Brasil", disse ele ao público.
Bolsonaro
terminou seu discurso falando de segurança e defendeu armar as mulheres
do país como forma de combater a violência doméstica. "A mulher vai
querer aquela palhaçada da Lei do Feminicídio? Tem que ter uma pistola
em casa. O vagabundo quando quer fazer uma maldade para uma mulher já
sabe que ele está errado, mas se a mulher tiver uma arma em casa ele não
vai fazer besteira".
Após a
sua fala, os brasileiros que pagaram 5 mil ienes (R$ 151) pela entrada
elogiaram o deputado. Fabio Moreno, que mora em Toyota (a cerca de 60
quilômetros de Hamamatsu), se disse indignado com a situação do país.
"Se o eleitor não acordar, vai sucumbir e cair na mesmice".
Já Akira
Tanouye, morador de Hamamatsu, disse que costuma ver os vídeos de
Bolsonaro na internet. "Ele parecer ser uma pessoa verdadeira e quer
consertar o Brasil, melhorar o setor da segurança, a proteção às
mulheres e isso é importante". Com o título de eleitor em dia, ele
declarou que vai votar no deputado.
Ao fim do
almoço, a comitiva fez o caminho de volta para a estação, onde pegou um
trem com destino a cidade japonesa de Oizumi, próxima parada do
deputado em seu tour pela Ásia, que começou na sexta (23) em Tóquio e
que incluirá também passagens por Coreia do Sul e Taiwan.
Fonte: Valor Econômico
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