Encontrados enforcados, mortos foram identificados como Lázaro Luís de França Ferreira, mais conhecido como “Nego Lázaro”, e Shakespeare Costa de França, o 'Sheik'. Delegado acredita em duplo homicídio.
A assessoria de comunicação da Secretaria de Justiça e da Cidadania do
Rio Grande do Norte (Sejuc) confirmou os nomes e divulgou as fotos dos dois presos encontrados mortos dentro do Pavilhão 5 do Complexo Penal Alcaçuz/Rogério Coutinho Madruga.
Essas foram as primeiras mortes dentro do complexo após o massacre de 2017, quando 26 presos foram assassinados durante uma briga envolvendo membros de duas facções criminosas.
Os dois detentos mortos foram encontrados enforcados com lençóis e
pendurados em grades durante uma ronda feita na noite do domingo (25).
Os corpos, no entanto, só foram removidos para perícia durante a
madrugada desta segunda (26). Eles foram identificados como:
- Lázaro Luís de França Ferreira, de 34 anos, mais conhecido como “Nego Lázaro”
- Shakespeare Costa de França, de 24 anos, chamado de 'Sheik'. Ele havia escapado de Alcaçuz durante as rebeliões de janeiro. Na época, além dos 26 mortos, a Sejuc divulgou os nomes de 54 detentos considerados fugitivos da penitenciária.
Nova facção
Delegado de Nísia Floresta, município onde está localizada a
penitenciária, Eloy Xavier acredita que os detentos foram assassinados
porque, recentemente, haviam deixado o Primeiro Comando da Capital (PCC)
para fundar uma nova facção criminosa: a 'Legião do Norte'.
“Rasgaram a camisa”, disse o delegado ao confirmar, também, que a
criação dessa nova facção está sendo considerada parte do inquérito como
a principal motivação para o duplo homicídio.
A Secretaria de Justiça e da Cidadania (Sejuc), por sua vez, disse que
“não reconhece facções”, e que “todos os internos de suas unidades são
apenas presos sob a tutela do Estado”.
Presos respectivamente desde 2014 e 2017, Lázaro e Shakespeare
respondiam por tráfico de drogas, homicídio, assalto, porte ilegal de
armas, entre outros crimes.
Ainda de acordo com a Sejuc, os dois estavam presos juntamente com
outros 10 detentos dentro da cela 08 da Ala A do Pavilhão 5 de Alcaçuz,
como é habitualmente chamado o Presídio Rogério Coutinho Madruga, que
hoje possui dois pavilhões.
A Sejuc esclarece que o pavilhão 1 do Rogério Coutinho Madruga é
justamente o pavilhão 5, e que o Pavilhão 2 é, hoje, o antigo pavilhão 4
de Alcaçuz, que foi desativado e que aguarda reforma desde o massacre.
Já a penitenciária de Alcaçuz, que antes possuía 4 pavilhões, agora só
possui três – separadas do Rogério Coutinho por um muro de concreto
erguido justamente após a matança.
Superlotação
Atualmente, o complexo possui aproximadamente 2.100 detentos, quase o
dobro de quando estourou a rebelião. Deste total, mais de 1.000 estão
somente no Pavilhão 5, que possui capacidade para 400 presos.
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