A
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) aprovou, nesta
quarta-feira (06), duas propostas relativas ao sistema prisional: o PLS
580/2015, que obriga o preso a ressarcir o Estado pelos gastos com sua
manutenção no presídio, e o PLS 63/2018, que prevê a construção de
colônias agrícolas para o cumprimento de penas por crimes cometidos sem
violência, no regime semiaberto.
O
PLS 580/2015, da autoria do senador Waldemir Moka (MDB-MS), altera a
Lei de Execução Penal (LEP) e torna obrigatório o ressarcimento e, caso o
apenado não tenha recursos próprios, deverá pagar com trabalho. O
relator, senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), lembrou que, atualmente, o
custo médio de um presidiário é de mais de R$ 2.440,00 por mês.
O senador afirmou que o proposta é para combater a ociosidade, “que tem levado os presos a serem presas fáceis das facções que estão hoje infestando nossos presídios“.
Segundo
a Agência Senado, o texto foi aprovado com duas sugestões da senadora
Simone Tebet (MDB-MS) e acolhidas por Caiado: quando o preso tem
condições financeiras, mas se recusa a trabalhar ou pagar, será inscrito
na dívida ativa da Fazenda Pública; e aquele que não tem recurso e que,
ao final do cumprimento da pena, ainda tenha restos a pagar por seus
gastos, terá a dívida perdoada ao ser colocado em liberdade.
O
projeto recebeu 16 votos favoráveis e cinco contrários, um deles do
senador Humberto Costa (PT-PE), que tem opinião de que o projeto é mais
um que estimula o encarceramento da população.
Já
o PLS 63/2018, do senador Eduardo Braga (MDB-AM), visa a construção de
colônias agrícolas e industriais em municípios com mais de 500 mil
habitantes para que os condenados por crimes sem violência cumpram penas
no regime semiaberto.
O
texto, relatado pelo senador Valdir Raupp (MDB-RO), permitirá a criação
de até 62 mil novas vagas no sistema prisional brasileiro, a ser
destinadas ao cumprimento de pena privativa de liberdade por condenados
do regime semiaberto envolvidos em crimes cometidos sem violência ou
grave ameaça.
A medida seria viabilizada, mediante convênio, com repasse de recursos do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) aos estados.
Segundo
Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), o Brasil
possuía, em junho de 2016, 726.712 pessoas privadas de liberdade. Esse
contingente excedia a capacidade do sistema em 358.663 presos, ou seja,
mais de 50%.
O
PLS 63/2018, que recebeu 17 votos favoráveis e nenhum contrário, poderá
seguir direto para a Câmara dos Deputados se não houver recurso para
votação do texto em Plenário.
(Via: Agência Brasil)
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