No último
confronto em debate na TV entre os candidatos do governo do Rio Grande
do Norte, realizado na noite desta quinta-feira,25, pela Interv Cabugi,
Fátima Bezerra (PT) e Carlos Eduardo (PDT) voltaram a trocar acusações,
num debate de estratégias para tentar vencer a eleição.
A
exemplo do que aconteceu no primeiro turno, o encontro foi dividido
pelos organizadores em quatro blocos, o primeiro e o terceiro com temas
livres e o segundo e o quarto com perguntas e respostas sobre termas
pré-determinados sorteados na hora.
Com a já
tradicional mediação do jornalista Ari Peixoto, Fátima Bezerra tentou
logo no início indispor Carlos Eduardo com o eleitorado feminino,
acusando-o de tentar acabar com a Secretaria da Mulher e, num sinal de
“negligência”, deslocar o Centro de Referência da Mulher da Zona Norte
para o Centro da cidade, tirando o equipamento de uma área onde era mais
necessária para outra menos necessária.
Em sua
réplica e na tréplica de direito – o que fez sistematicamente durante
todo o debate – Carlos Eduardo atribuiu à falta de experiência
administrativa a formulação de perguntas sem procedência de sua
oponente. E assumiu como iniciativa sua a criação do centro de
Referência da Mulher, cuja experiência passou a ser estudada por outros
municípios. Além disso, citou a quantidade de “secretárias” em suas
gestões à frente da prefeitura de Natal para desmentir a adversária.
Conforme a
ordem dos sorteios, cada candidato formulou duas perguntas e respondeu a
outras duas em cada uma das etapas, seguindo sempre ordem do sorteio
realizado antes do programa.
Cada um
deles teve 30 segundos para perguntar, 1 minuto e 30 segundos para
responder, um minuto e para a réplica e um minuto e para a tréplica.
A cada uma dessas oportunidades, novas acusações eram trocadas, revelando a estratégia de cada candidato.
Por
exemplo, quando Carlos Eduardo perguntou à Fátima Bezerra simplesmente o
que ela achava da candidatura de Jair Bolsonaro sem fazer qualquer
comentário.
Sem
responder de imediato, a candidata do PT afirmou que Bolsonaro não
apoiou pessoalmente a candidatura de Carlos Eduardo e só depois, em nome
da “coerência”, ratificou o nome de Fernando Haddad como o candidato
dela. E acusou o adversário de tentar “colar” seu nome ao de Jair
Bolsonaro, que lidera as pesquisas nacionais.
Foi
lembrada por Carlos Eduardo que Bolsonaro, como norma, não apoiou
abertamente nenhum candidato no País que não fosse de seu próprio
partido para não se envolver diretamente nas disputas estaduais, mas que
seu partido – o PSL – o apoia oficialmente no pleito deste domingo.
A mesma
estratégia de desqualificação mutua continuou, desta vez usando a
transposição do Rio São Francisco; Fátima Bezerra questionou o plano de
governo do adversário nessa questão, que não trata da obra em si, mas
fala em cobrar uma taxa sobre o uso dessa água para a agricultura. E,
dentro desse mesmo tema, lembrou a iniciativa do ex-presidente Lula e da
Caravana das Águas liderada por ela para desencadear as obras da
transposição.
“A
senhora foi deputada 12 anos e senadora quatro anos, o seu partido ficou
14 anos no poder e a transposição chegou a todo o Nordeste, até aqui na
vizinha Paraíba, mas não chegou ao RN”, respondeu Carlos Eduardo para
perguntar em seguida: “O que o Rio Grande do Norte fez para a senhora?”
Em muitas
oportunidades, ambos os candidatos evitavam responder diretamente às
perguntas para manter a mesma estratégica de desqualificar o oponente.
Nesse jogo interminável, nem o ex-presidente Lula ou o candidato Jair
Bolsonaro foram esquecidos.
Da parte
da candidata do PT, o nome de Lula foi lembrado para afirmar que, como
ela, o ex-presidente conhece a alma do sertanejado, como o contrapondo à
sobra de Bolsonaro.
O resto
do debate foi um pouco do mesmo, com Fátima Bezerra firmando sua posição
de candidata que colocará um ponto final à oligarquia dos Alves e
Carlos Eduardo se postando como aquele que colocará um ponto final no PT
no estado, embora o partido nunca tenha governador o Rio Grande do
Norte.
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