Foto: Reprodução
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi informado das denúncias contra o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, dias atrás e reagiu com preocupação, segundo interlocutores próximos.
As acusações chegaram também à primeira-dama, Janja da Silva, de quem a ministra de Igualdade Racial, Anielle Franco, é amiga.
Aliados de Lula afirmam que o governo não quer cometer injustiças e, ao mesmo tempo, reconhece a gravidade das denúncias.
A ministra Anielle, segundo essas fontes, teria relatado detalhes do que encarou como uma aproximação indevida de Almeida. No entanto, teria decidido não confirmar nenhuma das denúncias, caso fossem parar na imprensa. O objetivo era evitar uma crise no governo, segundo relatos feitos à CNN.
Antes de o caso vir à tona, na quinta-feira (5), o Palácio do Planalto teria dado início a uma apuração interna – porém, não formalizada.
Nessa versão, Almeida chegou a ser chamado para conversar pelo ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Carvalho.
A CGU nega e diz ter iniciado a apuração somente nesta quinta. Mas, de acordo com relatos, Almeida foi chamado anteriormente para falar do caso.
Questionado por Carvalho se tinha algo a contar, teria respondido que não. Ao ser confrontado pontualmente com a denúncia de assédio sexual, Almeida teria negado veementemente e, indignado, acusando integrantes do próprio governo de armarem para sua demissão.
Diante da negativa de Almeida, a CGU teria informado que não era caso de processo formal. O próprio ministro teria dito que não admitiria algo que não cometeu e que exigiria comprovação das denúncias.
O tom externado naquela ocasião foi, de fato, confirmado em vídeo publicado pelo ministro, após a revelação da história pelo site Metrópoles.
Pessoas envolvidas nesse trâmite disseram à CNN, nesta quinta, terem ficado surpresas com as informações e ponderaram que o crime de assédio é de difícil materialidade. Por isso, quase sempre a vítima fica em desvantagem por ser cobrada a provar.
Após a notícia ser publicada, um interlocutor da Presidência da República disse que a opção de enviar um “emissário da paz”, para tentar conciliação entre Almeida e Anielle, poderia ter sido adotada antes.
Ele não soube informar por que isso não ocorreu. Essa fonte disse que o governo assumiu tom de cautela para proteger não apenas os ministros, mas o que eles significam para o campo progressista: representatividade.
CNN
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