O 
contundente discurso de combate à criminalidade e três passagens pela 
administração pública consideradas bem sucedidas transformaram o 
desembargador Cláudio Santos em um dos mais propensos candidatos à 
disputa pelo Governo do Estado nas eleições de 2018. Ainda sem partido, o
 magistrado flerta principalmente com o PSDB e pode surgir como uma 
novidade competitiva para o pleito que se avizinha.
Empossado
 como membro do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN) em 
agosto de 2004, Cláudio Santos ocupou a Presidência do órgão por dois 
anos. Enquanto gestor, implantou um modelo administrativo que resultou 
em significativa economia de recursos. Quando seu mandato chegou ao 
final, em janeiro deste ano, o caixa do TJRN possuía montante superior a
 R$ 540 milhões, fruto de poupança das sobras orçamentárias.
Múltiplos
 fatores contribuíram para a composição deste fundo, sendo os maiores 
destaques da gestão do desembargador à frente da Justiça o corte de 
privilégios de funcionários e a diminuição de despesas diversas e cargos
 comissionados. Tais medidas administrativas deram conforto à gestão 
orçamentária do órgão. Para se ter uma ideia, a sobra final deixada ao 
final da Presidência de Cláudio Santos corresponde a cerca de 70% do 
orçamento anual do Tribunal de Justiça.
Em treze 
anos como desembargador, Cláudio Santos já ocupou também os cargos de 
corregedor geral de Justiça, ouvidor geral do TJRN, corregedor regional 
eleitoral e presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). No comando 
da corte eleitoral, entre 2006 e 2008, o destaque foi para a redução de 
gastos com pagamentos de horas extras e para o trabalho de implementação
 da Lei da Ficha Limpa no tribunal potiguar. Na época, Santos era 
dirigente do Colégio de Presidentes de TREs, o que lhe aproximou do 
então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto.
Antes de 
compor os quadros do TJRN, no entanto, Cláudio Santos, que nasceu em 
Jardim do Seridó e é formado em Direito e Jornalismo pela Universidade 
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), se destacou pela passagem pela 
Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social, entre 2003 e 
2004, os dois primeiros anos da gestão da governadora Wilma de Faria.
Na 
oportunidade, o titular da Sesed mobilizou esforços que resultaram na 
entrega de mais de seiscentas novas viaturas para as polícias Civil e 
Militar. O trabalho proporcionou a distribuição de carros de polícia 
para todos os municípios potiguares. Essa e outras ações contribuíram 
para a redução dos índices de violência sobretudo na região Oeste, na 
época alvo das ações do bando de Valdetário Carneiro, morto no final de 
2013.
O 
delegado aposentado Maurílio Pinto de Medeiros destaca a atuação de 
Cláudio Santos enquanto secretário de Segurança. “Ele incentivou muito 
as operações naquela região (Oeste), o que contribuiu para amenizar a 
situação de lá”, relata.
Cláudio 
Santos tem feito duras críticas à atual gestão de segurança pública no 
Rio Grande do Norte. Em entrevista recente ao Portal Agora RN/Agora 
Jornal, o desembargador disse que o “estado perdeu o controle” do setor.
 Na avaliação dele, a gestão estadual precisa promover um “enxugamento” 
da máquina administrativa para que mais recursos sejam alocados para o 
combate à violência.
Segundo o
 Observatório da Violência Letal Intencional (Obvio), o Rio Grande do 
Norte alcançou, no último domingo, 10, a marca de 1.710 homicídios 
registrados apenas em 2017. O número é 25,6% maior do que o que foi 
computado no mesmo período de 2016, quando foram mortas 1.369 pessoas.
Para o 
“Xerife”, é justificável que, devido ao histórico de atuação e posições 
adotadas recentemente, Cláudio Santos seja cotado para o Governo nas 
eleições do ano que vem. “O próximo governador tem que ter esse perfil, 
de combate à criminalidade, pois a situação está muito crítica”, 
comenta, ao passo que defende maiores investimentos nas polícias. “A 
primeira providência do próximo governador deve ser o aumento do 
efetivo. Tanto a Polícia Militar quanto a Polícia Civil estão [com 
efetivos] abaixo do ideal”.
Agora RN
    
 
 
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