quinta-feira, 22 de outubro de 2020

No interior do RN, candidata a vice-prefeita é procurada pela justiça e outros 04 irmãos também. Vereador candidato à reeleição, e pai da procurada, já está preso

 

O cerco está cada vez mais apertado contra membros da família Jácome, uma das lideranças políticas da cidade de João Dias, no Oeste potiguar. O patriarca, o vereador Laete Jácome, candidato à reeleição pelo Partido Progressista, foi preso neste último final de semana suspeito de envolvimento em um esquema de tráfico de drogas.

Quatro filhos dele estão com mandados judiciais já expedidos pela Justiça. E agora, segundo a Polícia Civil, quem também está sendo procurada pela polícia é a advogada e candidata a vice-prefeita Damária Jácome de Oliveira, também do PP.

Procurada pela polícia
Delegados da Divisão de Investigação e Combate ao Crime Organizado (DEICOR) confirmaram ao Agora RN que o mandado de prisão contra Damária foi expedido nesta quarta-feira 21, e que desde então ela é considerada foragida. “Assim como o pai e os irmãos, a Damária também é suspeita de envolvimento no esquema de tráfico internacional de drogas”, afirmou o delegado Erick Gomes, titular da DEICOR.

“Ela e o pai são investigados por supostamente limparem o dinheiro do tráfico de drogas de seus quatro irmãos foragidos, investindo em bens e agora na política”, acrescentou o delegado Luciano Augusto, que também faz parte da equipe da delegacia. Além de Damária, Laete ainda tem outra filha candidata nas eleições deste ano em João Dias. Trata-se de Leidiane Jácome, também filiada ao PP, e que também disputa uma vaga no legislativo municipal.

Preso em operação era procurado pela Interpol
O delegado conta que o esquema de importação de drogas – que consiste na compra de entorpecentes na Bolívia, Peru e Paraguai para serem revendidos no Rio Grande do Norte – resultou na operação policial que foi realizada no sábado passado, dia 17, em João Dias.

Na casa de Laete foram apreendidos a quantia de R$ 15.535, dois rifles calibre 38 com 103 munições do mesmo calibre, duas espingardas calibre 12 com 100 munições do mesmo calibre e três pistolas calibre 380 com 80 munições. Além do vereador Laete, outras cinco pessoas foram presas. Entre elas Carlos André Freire da Silva, que é casado com uma terceira filha de Laete. Ele era procurado há 7 anos pela Interpol, a Polícia Internacional.

Acusação? Tráfico internacional de drogas.
Carlos André Freire da Silva tem 45 anos e é paraibano de Sousa. Ainda de acordo com o delegado, ele é condenado por associação criminosa e tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro, com recurso já julgado e tramitado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

A real identidade de Carlos André só veio à tona após a constatação, junto à Coordenadoria de Identificação do Itep, de que o nome que ele apresentou à polícia ao ser preso era falso.

Cinco filhos procurados
O vereador Laete Jácome, pai de oito filhos, agora tem cinco deles procurados pela Justiça. Além de Damária, também têm mandados de prisão expedidos:
1 – Francisco Deusamor Jácome de Oliveira, de 37 anos;
2 – Samuel Jácome de Oliveira, 40;
3 – José Romeu Jácome de Oliveira, 34;
4 – Leidjan Jácome de Oliveira, 36
5 – Damária Jácome de Oliveira

Já Carlos André, Deusamor Jácome, Samuel Jácome e Romeu Jácome chegaram a ser denunciados pelo Ministério Público Federal em fevereiro deste ano, apontados como participantes de uma quadrilha que se associou para transportar drogas do Paraguai para distribuição no Rio Grande do Norte

Segundo o MPF, a droga entrava no Brasil pelo município de Foz de Iguaçu (PR), chegando ao estado de São Paulo, onde era remetida para o RN.
Ainda de acordo com a denúncia, o bando detinha ramificações em cada uma das localidades, o que levou a formação de subgrupos. A droga chegava ao território potiguar, na grande maioria das vezes, por via terrestre.

No decorrer das investigações vários membros da quadrilha chegaram a ser presos em flagrante, graças ao monitoramento telefônico, autorizado por medida judicial. As escutas telefônicas revelaram não só a existência de outros envolvidos, mas também trouxeram subsídios para o conhecimento da logística de atuação e descoberta de remessas de drogas.

Os procuradores da República integrantes do Núcleo de Combate à Corrupção que assinam a denúncia apontam como principais provas da materialidade e autoria dos crimes, a gravação dos diálogos mantidos entre os denunciados e dos laudos que comprovam as substâncias entorpecentes, além dos extratos bancários dos acusados e de alguns “laranjas”.

A pena para o tráfico de drogas varia de cinco a 15 anos de reclusão. Já a associação para o tráfico, tem punição que vai de 3 a 10 anos. As penas podem ser aumentadas de um sexto a dois terços em razão da transnacionalidade do delito.

Casa metralhada
No dia 8 de agosto, policiais militares prenderam um homem e uma mulher suspeitos de envolvimento em um atentado contra a residência do vereador Laete Jácome, em João Dias.

O imóvel havia sido metralhado dias antes por um grupo de pelo menos 20 pessoas. O vereador e sua família não estavam em casa. Testemunhas disseram que dois carros pararam em frente à residência e
homens fortemente armados começaram a atirar.

Segundo a PM, foram tantos tiros que não foi possível contar a munição deflagrada. Foram encontradas no local munição deflagrada de pistola e fuzil. A Polícia Civil ainda investiga a relação das pessoas presas pelo ataque com o envolvimento do vereador e seus familiares com o tráfico de drogas.

Fonte:Jair Sampaio

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