Criminoso mantinha um celular dentro de cela e ordenou a maior onda de ataques violentos já ocorrida no Ceará, conforme investigação.
A
Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Ceará (MPCE) encontraram
ameaças a autoridades do Ceará em um aparelho celular que estava na
posse de Ednal Braz da Silva, apontado como chefe de facção criminosa. Ele mantinha um celular dentro do presídio e ordenou, enquanto estava preso, a maior onda de ataques já ocorrida no Ceará, com incêndios a ônibus e uso de explosivos em pontes, torres e prédios públicos.
Nas
mensagem no celular do criminoso há ameaças de atentados e morte contra
secretários estaduais da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS),
André Costa, e da Administração Penitenciária (SAP), Mauro Albuquerque; e
a outras autoridades como o diretor de um presídio localizado em
Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
A investigação é resultado da Operação Reino de Aragão,
realizada em 18 de dezembro. Dez mandados de prisão preventiva foram
cumpridos na ação policial. Entre os alvos estavam Ednal Braz e a sua
comparsa, a advogada Elisângela Maria Mororó, que já estavam detidos. A
defesa dos investigados não foi localizada.
Em
nota, a Secretaria da Segurança Pública confirmou “já ter ciência da
informação de ameaça e afirma que todas as providências necessárias
estão sendo adotadas internamente”. A Secretaria de Administração
Penitenciária também foi procurada, mas não se manifestou sobre as
ameaças contra as autoridades descobertas nas investigações da PF e do
Gaeco.
Identificação por joia
Ednal
Braz da Silva é paraibano, tem 45 anos e tem passagens pela Polícia por
ataques a instituições financeiras. Ele estava recolhido em uma unidade
penitenciária estadual de Pernambuco, em Limoeiro, onde conseguia
acesso a aparelhos celulares, de acordo com a investigação.
Ednal Braz e a cúpula da facção que comandava eram identificados entre criminosos por meio de uma joia avaliada em R$ 7 mil
As
ameças contra as autoridades seriam espalhadas a partir de “salves”
(mensagens de ordem) para outros membros da facção que estavam no Ceará,
nas redes sociais. Mas o compartilhamento foi evitado com a Operação Torre,
em setembro deste ano, e com o cumprimento de mandados de prisão e de
busca e apreensão contra ‘Siciliano’, no presídio de Pernambuco.
Com
o aprofundamento das investigações, análise do material apreendido e
acesso aos aparelhos celulares subtraídos na Operação Torre, a PF e o
Ministério Público chegaram aos planos criminosos e realizaram também a
Operação Reino de Aragão, em 18 de dezembro.
Na
ação, os órgãos investigativos cumpriram um novo mandado de prisão
preventiva contra “Siciliano”, como é conhecido o chefe de facção, desta
vez no Presídio Federal de Segurança Máxima de Mossoró, no Rio Grande
do Norte, para onde ele foi transferido no dia 27 de setembro de 2019.
Conforme
as investigações, mesmo preso, Ednal comandava crimes no Ceará. Ele é
suspeito de ordenar ataques às torres de transmissão de energia da
Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), localizadas em
Fortaleza e Maracanaú, em abril de 2019, o que foi alvo da Operação
Torre.
Via: g1.globo.com/ce/ceara
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