sexta-feira, 22 de março de 2013

Comandante da PM da Paraíba proíbe uso de caveira como símbolo

Resolução assinada por Euller Chaves foi publicada 
nesta sexta-feira (22).
Decisão atinge o Bope da Paraíba, que vai ter de 
mudar de símbolo.



Bope da Paraíba (Foto: Divulgação/Secom)


Caveira era usada como símbolo pelo Bope da
Paraíba (Foto: Divulgação/Secom)

O comandante-geral da Polícia Militar da Paraíba, coronel Euller Chaves, decidiu proibir o uso da caveira como símbolo pela corporação. A proibição foi feita por meio de uma resolução publicada  nesta sexta-feira (22) no Boletim Interno da PM e atinge o Batalhão de Operações Especiais (Bope) que usava a caveira e agora terá que adotar um novo símbolo.
De acordo com o texto da resolução, fica proibido o uso em fardamentos, instalações e viaturas da Polícia Militar, símbolos e expressões com conteúdo intimidatório ou ameaçador, “tais como caveira e animais raivosos”. O comandante-geral também proibiu o uso de frases e jargões em músicas de treinamento que façam a apologia ao crime e à violência.
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Euller Chaves destacou que a proibição é também para que a polícia se adeque à Política Nacional de Direitos Humanos. Isto porque uma resolução, a número 8, de 20 de dezembro de 2012, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República também determina a proibição. Conforme o texto do documento do governo federal, o uso de símbolos e expressões com conteúdo intimidatório é vedado para todas as polícias. A proibição veio justamente depois que o Conselho Estadual dos Direitos Humanos (CEDH) encaminhou um documento a Euller pedindo que a norma fosse cumprida.
“A essência do Bope não está em símbolos, mas sim em preservar vidas e aplicar a lei. O batalhão vai continuar sendo um importante braço da Polícia Militar, sempre intervindo em situações de risco e sem derramamento de sangue", disse o coronel Euller Chaves.
Mesmo preferindo não tecer muitos comentários sobre a mudança, o comandante do Bope da Paraíba, o major Jerônimo Bisneto, disse que não concordava com a proibição. “Eu tenho minhas convicções, fiz um treinamento específico de seis meses para conquistar o distintivo da caveira. Faço meu trabalho”, disse o comandante. Bisneto também criticou o pedido do CEDH e disse que encaminhou um outro documento em resposta a Euller Chaves, antes de ser feita a proibição.
O Bope completou um ano de instalação na última semana e atualmente possui um efetivo de cerca de 300 homens espalhados por todo o estado. O major Bisneto disse que não sabe que símbolo vai substituir a caveira. “Não tenho nem ideia”, afirmou o comandante.
Na Paraíba, a caveira também é usada como símbolo pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil. A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública para saber se a insígnia também vai ser abolida para que haja um enquadramento à Política Nacional de Direitos Humanos. A assessoria de imprensa ficou de se posicionar, mas até o meio-dia não havia feito isso.

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