sexta-feira, 22 de março de 2013

Depois de gerar polêmica, 'caveira' será retirada da farda do BOPE na PB

Ninguém pode negar. Ela ficou nacionalmente famosa após o estouro do filme Tropa de Elite. Símbolo da força do BOPE, polícia especial criada no Rio de Janeiro, a caveira com punhal cravado, no entanto, não poderá mais ser ostentada na Paraíba.
Boletim interno da PM, que circula nesta sexta-feira, informa que fica proibido o uso do símbolo no fardamento ou em qualquer equipamento do BOPE na Paraíba. Esta semana, muitos policiais já começaram a tirar o emblema de suas fardas.
A proibição é resultado de polêmica que envolve o Conselho dos Diretos Humanos na Paraíba, o deputado federal Luiz Couto (PT) e o Coronel Euller Chaves, comandante da Polícia Militar da Paraíba.
Em solenidade de comemoração do primeiro ano de fundação do BOPE/PB, na semana passada, Euller apareceu vestido de preto ostentando o símbolo. Gritou “caveira” para a tropa e viu o símbolo dividir o cenário com as bandeiras da Paraíba e do Brasil hasteadas ao seu lado.
Dias depois, Luiz Couto fez discurso na tribuna da Câmara condenando o uso do símbolo e acusando o BOPE/PB de desrespeitar resolução baixada no final de 2012 pela presidência da República.
Para o petista e o Conselho dos Direitos Humanos na Paraíba, o símbolo estimula a violência e sinaliza para o abuso do poder.
A Resolução 08-2012, do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, veda o uso, em fardamentos e veículos oficiais das polícias, de símbolos e expressões com conteúdo intimidatório ou ameaçador, assim como de frases e jargões em músicas ou jingles de treinamento que façam apologia ao crime e à violência”.
Para o major Jerônimo Pereira da Silva Bisneto, comandante do BOPE/PB, a “caveira” não faz nada disso. Em carta aberta ao público em defesa do símbolo, ele alega que ela representa “a vitória da vida sobre a morte, com poder, força e invencibilidade”. Num texto que daria muito bem uma tese de semiótica, o Major Bisneto diz que o significado da caveria com punhal cravado não tem nada de estímulo à violência.
“Simboliza a inteligência e a coragem de um guerreiro, bem como o desprendimento pessoal para cumprimento de suas atribuições. Essa Caveira está cravada com a espada da justiça de baixo para cima, simbolizando “a vitória da vida sobre a morte”, e ao fundo o mapa do nosso Estado que representa nossa área de atuação e com a Caveira a sua frente simbolizando que este Batalhão cuida, zela, vela e protege todo o Estado da Paraíba, não devendo, portanto, ter a simbologia de seu escudo associado a símbolos ou apologias ao crime e a violência, mas sim, a imagem de uma Unidade Militar pronta para servir e proteger a sociedade paraibana, posto que robustecendo esse escudo encontra-se o lema de “preservar vidas e aplicar a lei”.
A expressão “faca na caveira” remete ao fim da Segunda Guerra Mundial, onde após um combate, um Oficial inglês, ao ter conseguido invadir um Quartel de Comando Alemão Nazista e dominar suas tropas, encontrou sobre a mesa de um Oficial auxiliar do ditador Adolf Hitler, uma caveira e cravando o seu punhal sobre ela, ostentou o lema da “vitória da vida sobre a morte”, morte essa, que era disseminada nos campos de concentração atestando toda história que já nos é conhecida”, completa.

Pelo bem e pelo mal, a “caveira” morreu de verdade. E ela nem havia pedido pra sair.

Comentário nosso: De minha parte, acho que rosas no lugar de caveira dão, de cara, uma sensação visual de maior conforto, num país que clama por paz. Mas não é uma caveira que vai fazer a polícia mais ou menos “educada” e atuante dentro dos limites legais.

A caveira com punhal cravado fixada na farda de policiais não deve assustar homens de bem. Apenas bandidos.

Luis Tôrres

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