Incrédulos, parentes de moradores do Edifício Andréa chegavam na manhã desta quarta-feira (16/10) ao prédio, que desabou no dia anterior em Fortaleza. Embora os escombros estivessem diante de seus olhos, processar o que eles viam parecia difícil.
O silêncio tenso era quebrado por gritos de desespero ou de alívio em rever algum familiar. De acordo com o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, há dois mortos, nove pessoas resgatadas com vida e nove desaparecidos. As buscas seguem e não têm hora para terminar.
Durante 6 horas, a reportagem da BBC News Brasil acompanhou as idas e vindas de familiares que buscavam informações de seus parentes. Presenciou o choro de profissionais que integravam as equipes de busca e, nesses momentos de extrema vulnerabilidade, acompanhou a acolhida dos profissionais de psicologia que se mobilizaram para atender os envolvidos.
Houve grande mobilização por parte da categoria em Fortaleza. Individualmente ou em grupos, estudantes ou profissionais, com suas identificações em punho, passavam pelos bloqueios e apresentavam-se a todo o momento ao local do desabamento.
Tratava-se de um atendimento psicológico, um escuta qualificada, uma acolhida a fim de atender às demandas dos atingidos pela tragédia. Há algum tempo a psicologia vem discutindo a atuação dos profissionais na gestão integral de riscos.
Segundo o Conselho Federal de Psicologia (CFP), não se trata apenas de levar atendimento a um território atingido por desastres, mas também de atender às demandas de uma população que já se encontra em uma situação de vulnerabilidade, sob a perspectiva das estratégias de mitigação, prevenção e antecipação.
Não se sabe o total de voluntários envolvidos na ação, mas o número, até o momento, foi suficiente para que pudessem se organizar em turnos de três horas. Segundo o psicólogo e um dos coordenadores desta frente, Renê Vieira Dinelli, para cada turno de 3 horas existem 10 psicólogos atendendo.
Veja matéria completa em BBC/BRASIL
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