Dezenas de oficiais pedem demissão das Forças Armadas no 1º trimestre de 2024, diz jornal
No primeiro trimestre de 2024, 21 oficiais do Exército Brasileiro e
25 oficiais da Força Aérea Brasileira tiveram pedidos de demissão
concedidos, conforme publicações no Diário Oficial.
Entre os que solicitaram desligamento estão tenentes, capitães, e até
dois majores, marcando uma continuidade na tendência de saídas do
serviço ativo observada nos últimos anos.
Este movimento é parte de um padrão mais amplo, já notado
anteriormente pela Revista Sociedade Militar, no qual oficiais, muitos
formados por academias de renome como a Academia Militar das Agulhas
Negras (AMAN) e o Instituto Militar de Engenharia (IME), decidem
abandonar as carreiras militares.
As razões citadas para tais decisões são variadas, abrangendo desde
insatisfações com a remuneração até críticas aos métodos de gestão e
progressão de carreira dentro das Forças Armadas.
Entre os pontos levantados por oficiais que optaram pela saída,
destacam-se reclamações sobre baixos salários e a percepção de um
sistema de avaliação de desempenho considerado ultrapassado e subjetivo.
Este último, segundo relatos, pode obstruir o avanço na carreira por
motivos triviais, como a não participação em eventos sociais de
superiores.
Além disso, menciona-se a existência de uma “hereditariedade” nas
Forças, na qual familiares de oficiais de alta patente teriam vantagens
no acesso a posições e cargos de destaque.
O setor médico também enfrenta desafios específicos, como uma elevada
carga de trabalho e interferências dos comandos nas decisões médicas,
aspectos que contribuem para o descontentamento e, eventualmente, para a
solicitação de desligamento do serviço ativo.
A decisão de deixar as Forças Armadas reflete não apenas
descontentamentos individuais, mas aponta para questionamentos mais
profundos sobre as perspectivas de carreira e a cultura organizacional
nas organizações militares.
Oficiais que solicitaram demissão são, em sua maioria, jovens com
potencial para uma longa e promissora trajetória militar, sugerindo que
as razões para tais saídas vão além de questões pontuais, envolvendo
considerações sobre a adequação dos valores e práticas das Forças
Armadas aos anseios e expectativas dessa nova geração.
As informações são do Diário Centro do Mundo