terça-feira, 30 de abril de 2019

PF: Candidatas do PSL tinham de devolver 80% do que recebiam


A operação da Polícia Federal realizada, nesta segunda-feira (29), em Belo Horizonte e em cidades do interior de Minas Gerais, tem como objetivo comprovar se serviços gráficos declarados por candidatas do PSL nas prestações de contas foram de fato cumpridos. De acordo com a PF, a investigação aponta para um esquema em que as mulheres eram chamadas a se candidatar como laranjas, para receber recursos do fundo partidário e devolver cerca de 80% da verba à legenda. Um dos alvos das buscas, cuja gráfica não funciona há dois anos e emitiu notas, é irmão de um ex-assessor do partido.
De acordo com o delegado Marinho Rezende, a investigação começou por causa da denúncia de mulheres que afirmam ter recebido propostas do partido do presidente Jair Bolsonaro para concorrer em 2018 fazendo a divisão dos recursos recebidos. “O valor a ser despendido era cerca de R$ 70 mil a R$ 80 mil para as candidatas, tendo as mesmas que devolver aproximadamente 80% dessa quantia. E 20% ficaria com elas para custeio próprias candidaturas”, explicou.
Um dos indícios de que as candidaturas eram laranja, segundo o delegado, é que as campanhas de algumas mulheres, entre as cerca de 200 que concorreram pelo PSL, custaram muito mais caro do que as de pessoas que foram eleitas. Segundo Rezende, enquanto custo médio do voto para os eleitos foi de R$ 10, as candidatas do PSL chegaram declarar gastos de R$ 200 a R$ 300 por voto sendo que nem foram eleitas.

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