Criação de grupos de intervenção rápida,
fiscalização constante, revistas mais rigorosas, bloqueio de celulares.
Em curto prazo, segundo a Secretaria de Justiça e da Cidadania do Rio Grande do Norte,
estas são algumas das medidas a serem implantadas como forma de
minimizar a crise que abala o sistema carcerário potiguar. Em entrevista
ao G1, o secretário Cristiano Feitosa disse que “não
dá mais para enxugar gelo” e que “o Estado vai retomar as rédeas das
unidades prisionais”.
O Rio Grande do Norte possui
aproximadamente 8 mil presos sob custódia. Mas, como não há vagas
suficientes nos presídios, todas as 32 unidades que pertencem ao estado
estão praticamente superlotadas. Destas, 12 foram interditadas
parcialmente e não podem receber detentos sem autorização judicial.
Segundo o secretário, somente com a abertura de 3.500 novas vagas é que
seria possível aliviar o sistema penitenciário.
O sistema carcerário potiguar entrou na
condição de calamidade pública do dia 17 de março deste ano – logo após
uma onda de rebeliões que atingiu 14 presídios. O decreto, renovado em setembro, tem validade até março de 2016
e, segundo o próprio Cristiano Feitosa, deve ser renovado mais uma vez.
“É o que deve acontecer. Os problemas não são fáceis de resolver.
Requer tempo, um trabalho de inteligência constante e investimentos”,
ressaltou.
Ainda de acordo com o secretário, mais
de R$ 7 milhões já foram gastos este ano nas reformas das unidades
depredadas durante os motins e rebeliões que aconteceram ao longo do
ano.“Este dinheiro poderia ter sido empregado em projetos de melhorias
estruturais, ações de ressocialização, cursos, capacitação dos agentes
penitenciários… enfim, são recursos que não podemos abrir mão para o
vandalismo. Nesta quinta (3) e sexta-feira (4) estarei em Brasília
participando de uma reunião dos secretários de Justiça. Neste encontro,
também será debatido a arquitetura dos presídio do país. Quero trazer
uma solução definitiva que evite a escavação de túneis e também devemos
encontrar uma tecnologia capaz de restringir o uso de celulares dentro
das unidades”, acrescentou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário