sexta-feira, 29 de julho de 2016

No RN, Governo responde ameaça de presos: 'Estado não se intimidará'



Secretarias de Justiça e Segurança emitiram nota oficial nesta sexta (2907/2016).
Nota também confirma a instalação de bloqueadores de celular em presídio.

Do G1 RN
Após presos ameaçarem motins por causa da instalação de bloqueadores de celular na Penitenciária Estadual de Parnamirim (PEP), o Governo do Rio Grande do Norte respondeu que não vai se intimidar. Por meio de uma nota, as secretarias de Justiça e Cidadania (Sejuc) e de Segurança e Defesa Social (Sesed) afirmam que todas as medidas para garantir a segurança da população serão adotadas.
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A resposta do Governo vem um dia após áudios supostamente gravados por presos circularam através das redes sociais e anunciavam uma série de ataques por causa da instalação dos bloqueadores. De acordo com a nota, o plano de contingência, preventivo e repressivo, adotados pelo Estado serão mantidos para evitar que qualquer ameaça seja concretizada.
Ainda na quinta-feira (28), a Sejuc enviou um memorando a todos os diretores de penitenciárias e cadeias públicas chamando a atenção para a possibilidade de presos realizarem motins e rebeliões neste final de semana em todo o estado.
No documento, assinado pela Coordenadoria de Administração Penitenciária, está escrito: “Cumprimentando-os, inicialmente, sirvo-me do presente para determinar que todas as direções de unidades prisionais e grupos de apoios, tenham maior atenção às suas unidades e que compareçam às mesmas devido a possíveis motins ou rebeliões que possam acontecer neste final de semana em todo Estado. Diante o exposto, determinamos, também, que as equipes de Agentes Penitenciários deverão ficar de sobreaviso para possível acionamento” (SIC).
 
Coape chama a atenção de diretores de unidades prisionais quanto à possibilidade de motins e rebeliões neste final de semana no Rio Grande do Norte (Foto: Reprodução)
Bloqueadores de celulares
Também por meio da nota, o Governo confirmou oficialmente que as torres instaladas ao redor do PEP são na realidade bloqueadores de celular. Anteriormente, o secretário Wallber Virgolino, titular da Sejuc, disse que o equipamento se tratava de um sistema de videomonitoramento com a utilização de infravermelho.

Ainda de acordo com a nota, o equipamento foi instalado no PEP, porque o presídio foi selecionado pela Sejuc para funcionar em regime diferenciado de gestão penitenciária, tendo prioridade na adoção de controles e restrições mais rígidos.
Transferências
Secretário da Justiça e da Cidadania, Wallber Virgolino disse que a Sejuc tem conhecimento dos áudios que circulam nas redes sociais e que, “caso ocorra alguma insurgência dentro e/ou fora das unidades prisionais, a ordem é rechaçá-las em maior intensidade, pois o crime organizado está monitorado e o Estado vai antecipar qualquer conduta criminosa com rigidez”. Ainda de acordo com o secretário, uma das mediadas necessárias pode ser a transferência de
detentos para presídios federais. “A ordem é jogar duro e firme contra a vagabundagem”, acrescentou.
O sistema penitenciário potiguar não passa por um bom momento. E faz tempo. Em março de 2015, após uma série de rebeliões em várias unidades prisionais, o governo decretou estado de calamidade pública e pediu ajuda à Força Nacional. Para a recuperação de 14 presídios, todos depredados durante os motins, foram gastos mais de R$ 7 milhões. Tudo em vão. As melhorias feitas foram novamente destruídas. Atualmente, em várias unidades, as celas não possuem grades e os presos circulam livremente dentro dos pavilhões.
Além das unidades depredadas e da superlotação, mortes dentro dos presídios e fugas também se tornaram problemas constantes para o Estado. Somente este ano, 16 detentos morreram de forma suspeita ou foram assasinados dentro das unidades prisionais do estado. E mais: 274 detentos já escaparam do sistema prisional 
potiguar em 2016.
Após uma das mais recentes fugas deste ano, quando 16 detentos escaparam de um presídio na região Seridó do estado, o secretário Wallber Virgolino chegou a afirmar que o Estado tem total controle da situação. “As fugas reduziram, o sistema distensionou. Os agentes penitenciários entram em qualquer unidade do estado a qualquer hora do dia e da noite, então nós retomamos o controle das unidades prisionais”.

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