O delegado Olavo Dantas Medeiros, preso
nesta quarta-feira (8) suspeito de participação em um esquema de desvio
de recursos do Ipern, alega inocência. O delegado não quis dar
entrevista, mas o advogado dele, Anesiano Ramos, afirmou que Olavo
Dantas não sabia que se tratava de uma fraude. Os depoimentos dos
suspeitos foram colhidos nesta quarta-feira.
“Ele afirma categoricamente de que não
sabia que se tratava de uma fraude. Inclusive, é interessante observar
se realmente era uma fraude. Primeiro precisa se provar de que se
tratava de uma fraude e depois disso provar de que ele participava
dela”, disse o advogado. Além do delegado, uma advogada e outras três
pessoas também foram presas nesta quarta-feira (8).
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte
acredita que o esquema seja bem maior e investiga indícios de fraudes em
pelo menos 30 pensões por morte pagos pelo Instituto de Previdência dos
Servidores Estaduais do RN (Ipern).
De acordo com as investigações,
conduzidas pelos delegados Laerte Jardim e Aldo Ribeiro, uma das fraudes
foi comprovada e motivou os mandados de prisão e de busca e apreensão
cumpridos. A pensão é de um ex-auditor fiscal do Estado, falecido em
2010. O filho do ex-funcionário público foi um dos detidos como suspeito
pelo crime.
Segundo a polícia, a advogada presa na
operação teria sido responsável pela realização de um inventário
administrativo no 5º Cartório do Alecrim e pelo levantamento do dinheiro
que estava depositado na conta do falecido, através de um alvará
judicial obtido de forma ilegal.
Os documentos foram fraudados para que
os suspeitos ficassem com o dinheiro da pensão. Além da pensão, os
suspeitos teriam recebido R$ 240 mil que estava depositado na conta do
auditor. O esquema já teria desviado cerca de R$ 600 mil, conforme
repassado pela Polícia Civil.
Os indícios de novas fraudes foram
encontrados nos documentos apreendidos nesta quarta nas casas dos
suspeitos. Todos foram ouvidos na Deicor, mas a Polícia Civil não
revelou o conteúdo dos depoimentos.
*G1RN
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