quarta-feira, 20 de julho de 2016

Pichação em escola depredada incita morte de policiais no RN: 'Nossa meta diz bandidos

 

Escola Limírio Cardoso D'ávila, em Parnamirim, foi totalmente destruída.
De acordo com a Sesed, uma pessoa foi detida e 10 serão indiciados.

Do G1 RN
Pichação incitando a morte de PMs foi encontrada dentro de escola depredada na Grande Natal (Foto: Reprodução/ Inter TV Cabugi)

'Matar os policia é a nossa meta' (sic), 'Aqui não é lugar de escola, aqui é lugar de ladrão', 'Vega vai morre' (sic). Essas são algumas das pichações encontradas dentro da Escola Municipal Limírio Cardoso D'ávila, em Parnamirim, cidade da Grande Natal. Alvo de vândalos desde a quinta-feira passada (14), a escola já foi totalmente depredada e saqueada. Livros didáticos também foram destruídos, incendiados.

De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), a apuração dos fatos ocorridos na escola está sendo feita com "urgência e rigor". Ainda de acordo com a Sesed, o Instituto Técnico Científico de Perícia (Itep) já realizou uma vistoria no local para listar os danos.
Segundo o delegado Júlio Lima, responsável pelas investigações, imagens filmadas dentro da escola durante as depredações ajudaram a polícia a identificar os suspeitos pelos crimes. Dez pessoas já foram ouvidas e outras dez serão indiciadas. Um suspeito foi detido.
"São crimes de dano qualificado contra o patrimônio público, que vai até 3 anos, de furto qualificado, que vai até 8 anos, e até mesmo de incêndio, que vai até 6 anos se for na modalidade mais básica. Então são crimes gravíssimos", disse o delegado.
Ainda nesta terça (19), parte do material furtado foi recuperado em 10 casas e terrenos na cidade. Ainda de acordo com a Sesed, grades, telhas, coberturas de pvc, portões, tubulações, um vaso sanitário, cadeiras e material de expediente foram recuperados e levados até um depósito da Prefeitura de Parnamirim.
A Secretaria de Segurança ainda orienta que as pessoas que tenham participado do ato e levado materiais da escola que devolvam os produtos a fim de evitar mais complicações com a Justiça.
Polícia investiga negligência de PMs
Por meio de nota, a Sesed também informou que o Comando da Polícia Militar determinou a intensificação do policiamento na área e abriu uma sindicância para apurar possíveis atos de negligência por parte de suas equipes.

Na manhã desta segunda-feira (18), um vídeo divulgado pelo jornal Tribuna do Norte mostra o momento em que um garoto deixa a escola com um carrinho carregado com telhas de PVC. O garoto passa andando na frente de um PM, mas não é impedido de levar o material.
Professores protestam contra depredação
Ainda nesta terça, professores protestaram em frente à Prefeitura de Parnamirim. O movimento tinha como intenção denunciar as ameaças e a sensação de insegurança que, segundo profissionais, fazem parte da rotina das escolas do município.

"A gente quer resposta. Aquelas pessoas precisam ser punidas, precisam ressarcir aquilo que de lá elas tiraram porque aquilo é um bem público, é um bem nosso. A escola pública é muito cara. Nós pagamos impostos para que ela funcione", disse a coordenadora Rosymary de Oliveira.
"Não é só a indignação, é o medo em que a gente vive nessa sociedade. Dentro das escolas não foge a regra e a gente precisa fazer algo para mudar", declarou o professor Flávio Vieira.
Depredações em outras escolas
Apesar do caso da escola Limírio Cardoso D'ávila ter sido o mais emblemático em razão da destruição, outras escolas do município também estão sendo alvos de atos de vandalismo.

Na segunda-feira (18), funcionários da Escola Municipal Maria Fernandes Saraiva, localizada a menos de 1 quilômetro da E.E. Limírio Cardoso, encontraram vidraças da porta da frente quebradas e lâmpadas arrancadas. Os vândalos também ligaram o hidrante da escola, esvaziando a caixa d'água. O horário de aulas teve que ser encerrado às 9h por falta de água para fazer a merenda dos alunos.
De acordo com a direção da escola, pelo menos cinco ataques já foram registrados neste ano. Em um deles, seis salas de aula foram completamente destruídas. Segundo um funcionário que preferiu não se identificar, a situação é mais crítica aos finais de semana.

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