Delegada relatou que pai e madrasta reagiram com frieza ao saber da morte da criança
Delegada Caroline Bamberg (à direita) explicou investigação sobre morte do menino Bernardo
Crédito: Carlos Grün / Jornal Atos e Fatos / Divulgação CP |
Caroline relatou que o caso corre em segredo de Justiça e lamentou o fato de não poder esclarecer todas as questões. "Não podemos dar todos os detalhes não apenas pelo segredo de Justiça, mas porque estamos no meio da investigação. Precisamos produzir provas para poder elucidar cada pedaço da história. O que podemos dizer é que o casal (pai e madrasta) reagiu com frieza ao saber da morte do Bernardo", recordou.
Conforme a delegada, a madrasta de Bernardo foi multada por alta velocidade enquanto seguia para o município de Tenente Portela. "Ela estava com o menino no momento do flagrante na estrada", completou Caroline. A madastra e o pai foram presos logo após o corpo da criança ser localizado. A prisão foi cautelar para realização das investigações.
Peça fundamental do caso
De acordo com a delegada Caroline, a Polícia Civil ainda investiga a participação de uma amiga da madrasta de Bernardo no crime. Segundo ela, a mulher foi fundamental para que o corpo do menino fosse encontrado. "Logo após a prisão do pai e da madrasta, nós não fizemos o interrogatório por conta do choque de todos com o caso. Depois, ao encontrar esta terceira pessoa, nós descobrimos outros detalhes do crime. Ela foi procurada e sensibilizada para falar. A partir disso, ela nos deu a localização do corpo do Bernado", observou.
A primeira versão sobre o caso aponta que antes de desaparecer, Bernardo teria ido à casa de um amigo, mas a Polícia Civil tem a informação de que o menino teria participado de uma festa. "Eles (pai e madrasta) registraram o desaparecimento no domingo, mas a festa teria ocorrido no sábado, ou seja, não teriam como saber que o menino estava desaparecido. Isto está sendo investigado e temos um trabalho árduo pela frente. É o inquérito mais complexo que nós já trabalhamos", disse Caroline Bamberg.
O corpo de Bernardo, que estava desaparecido desde 4 de abril em Três Passos, foi localizado na noite dessa segunda-feira pelos bombeiros em um matagal. De acordo com Caroline, a Polícia Civil sempre trabalhou com três linhas de investigação, mas, com o decorrer do tempo, a única possibilidade que restou era de assassinato. "Trabalhávamos com sequestro, desaparecimento por conta própria e homicídio. Mas, pela nossa experiência, nós tínhamos a noção de que dificilmente encontraríamos o menino com vida", explicou.
Atos fúnebres
O corpo de Bernardo está sendo velado em Três Passos, mas no final da tarde será trasladado para Santa Maria, na região central do Estado, onde mora a avó materna, Jusssara Uglione. As últimas homenagens acontecem na capela 3 do necro
tério do Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo. O sepultamento ocorre na manhã desta quarta-feira no Cemitéro Ecumênico.
* Com informações do Repórter Renato Oliveira
Três Passos está de luto e indignada pela morte de Bernardo Boldrini
k
Carlos Wagner, de Três Passos
A decoração de Páscoa em residências e no comércio de Três Passos, no
noroeste gaúcho, contrasta com o laço preto e a foto em sinal de luto
pela morte de Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, conhecido como Bê. A
cidade pode ser comparada a um indivíduo com os nervos à flor da pele — a
emoção causada pelo crime leva a comunidade ao velório, no ginásio do
Colégio Ipiranga, de onde as pessoas saem perturbadas.
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Os parentes do menino evitam dar entrevistas, alegando estarem muito abalados com o caso. O advogado da família, Marlon Adriano Taborda, definiu a situação como "uma das maiores tragédias da região". Taborda disse, ainda, que nos próximos dias serão apresentadas novidades a respeito da morte da mãe do menino — Odilaine Uglione teria cometido suicídio no consultório de Leandro Boldrini, pai de Bernardo.
A psicóloga da escola onde o menino cursava o 6º ano, Denise Helena Escher, conta que o suicídio de Odilaine foi dois meses antes do início do ano letivo de 2010. Ao longo desses quatro anos, Bernardo não comentou o fato. Quando falava sobre família, definia a madrasta como "uma chata".
Segurança reforçada na cidade
A Brigada Militar reforçou a segurança no município, pois, na noite de segunda-feira, ocorreu um protesto intenso. Além do Pelotão de Operações Especiais (POE) de Três Passos, há equipes de Frederico Westphalen e Santa Rosa.
— Estamos postados na cidade de maneira discreta porque constatamos que as pessoas estão muito indignadas, e a nossa missão é fazer com que tudo aconteça na paz — afirma o capitão Paulo Roberto Nascimento, do 7º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Três Passos.
Entre o fim da manhã e o início da tarde desta terça-feira, a circulação de pessoas era grande no local do velório. Ainda durante a tarde, o corpo deve seguir para Santa Maria, onde ocorrerá o sepultamento. Por volta das 13h30min, policiais civis levaram rosas brancas para homenagear Bernardo.
O caso que abalou Três Passos
Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no último dia 4, uma sexta-feira, em Três Passos. De acordo com o pai, ele teria ido à tarde a Frederico Westphalen com a madrasta para comprar uma TV.
De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.
Na noite de segunda-feira, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado nas margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.
Leandro Boldrini é médico e atua como cirurgião-geral no hospital do município. Ele também é proprietário da Clínica Cirúrgica Boldrini. Bernardo morava com o pai, a madrasta e uma meia-irmã, de um ano. Ele estudava no turno da manhã no Colégio Ipiranga, instituição particular.
Corpo do menino foi encontrado a 80 quilômetros de Três Passos:
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A psicóloga da escola onde o menino cursava o 6º ano, Denise Helena Escher, conta que o suicídio de Odilaine foi dois meses antes do início do ano letivo de 2010. Ao longo desses quatro anos, Bernardo não comentou o fato. Quando falava sobre família, definia a madrasta como "uma chata".
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— Estamos postados na cidade de maneira discreta porque constatamos que as pessoas estão muito indignadas, e a nossa missão é fazer com que tudo aconteça na paz — afirma o capitão Paulo Roberto Nascimento, do 7º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Três Passos.
Entre o fim da manhã e o início da tarde desta terça-feira, a circulação de pessoas era grande no local do velório. Ainda durante a tarde, o corpo deve seguir para Santa Maria, onde ocorrerá o sepultamento. Por volta das 13h30min, policiais civis levaram rosas brancas para homenagear Bernardo.
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Bernardo Uglione Boldrini, 11 anos, desapareceu no último dia 4, uma sexta-feira, em Três Passos. De acordo com o pai, ele teria ido à tarde a Frederico Westphalen com a madrasta para comprar uma TV.
De volta a Três Passos, o menino teria dito que passaria o final de semana na casa de um amigo. Como no domingo ele não retornou, o pai acionou a polícia. Cartazes com fotos de Bernardo foram espalhados pela cidade, por Santa Maria e Passo Fundo.
Na noite de segunda-feira, o corpo do menino foi encontrado no interior de Frederico Westphalen dentro de um saco plástico e enterrado nas margens do Rio Mico, na localidade de Linha São Francisco, interior do município.
Leandro Boldrini é médico e atua como cirurgião-geral no hospital do município. Ele também é proprietário da Clínica Cirúrgica Boldrini. Bernardo morava com o pai, a madrasta e uma meia-irmã, de um ano. Ele estudava no turno da manhã no Colégio Ipiranga, instituição particular.
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