Fonte de.
Anderson Barbosa
Do G1 RN
Eugênio Becegato Júnior foi preso na Bahia
(Foto: Divulgação/Polícia Rodoviária Federal do RN)
Fugiu da cadeia – em
circunstâncias ainda a serem esclarecidas – o empresário paulista
Eugênio Becegato Júnior, acusado pelo Ministério Público de matar a
jovem pernambucana Clara Rubianny Ferreira, de 26 anos, crime ocorrido
em julho do ano passado dentro de um apartamento no bairro de Ponta
Negra, na zona Sul de Natal. Segundo informações repassadas com
exclusividade ao G1 pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, a
fuga aconteceu no último dia 16 de fevereiro no CDP de Parnamirim,
unidade de detenção provisória localizada na região metropolitana da
capital potiguar. A juíza Eliana Alves Marinho, da 1ª Vara Criminal de
Natal, cobra da Coordenadoria de Administração Penitenciária (Coape) uma
explicação sobre o ocorrido.
À época da prisão,
também em julho do ano passado, a defesa de Becegato afirmou que o
homicídio foi cometido em legítima defesa, pois a vítima teria tentado
aplicar o golpe conhecido como 'Boa noite, Cinderela' para roubar
pertences do empresário.O corpo de Clara foi achado enrolado em lençóis e
sacos plásticos. Um fio estava em volta do pescoço dela. De acordo com a
polícia, vestígios achados no apartamento indicam que houve consumo de
drogas.
Eugênio Becegato Júnior é
natural de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Ele foi preso no dia
23 julho, um dia após o corpo da vítima ter sido encontrado por vizinhos
que reclamaram à polícia do mau cheiro que vinha do apartamento do
acusado. O empresário foi preso ao ser abordado por agentes da Polícia
Rodoviária Federal que realizaram uma barreira na BR-116, na região de
Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. De lá, o acusado foi trazido
para Natal, indiciado pelo crime de homicídio qualificado e, em
audiência de instrução e julgamento realizado em novembro, sentenciado à
sentar no banco dos réus em júri popular previsto para o mês de abril
deste ano.
Clara Rubianny Ferreira tinha 26 anos e era natural de Caruaru
(Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)
Segundo o agente
penitenciário Cid Marques, diretor do CDP de Parnamirim, Becegato estava
fazendo serviços de limpeza quando sumiu. Uma tatuagem na perna
possibilitou a identificação da vítima, conforme explicou o chefe de
investigação da 15ª Delegacia de Polícia, Edson Barreto.
Relembre o caso
A Polícia Civil do Rio
Grande do Norte encontrou o corpo de Clara Rubianny Ferreira no dia 22
de julho do ano passado dentro de um apartamento no bairro de Ponta
Negra, na zona Sul de Natal. Ela tinha 26 anos e era natural de Caruaru,
em Pernambuco. Uma tatuagem na perna possibilitou a identificação da
vítima, conforme explicou o chefe de investigação da 15ª Delegacia de
Polícia, Edson Barreto.
Clara foi achada
enrolada em lençóis e sacos plásticos. Um fio estava em volta do pescoço
da vítima. De acordo com o chefe de investigações da 15ª DP, alguns
vestígios achados no local do crime indicam que houve consumo de drogas
no quarto onde o corpo da jovem estava. "Achamos um prato e uma gilete,
que normalmente são usados para esquentar e separar cocaína", ressalta.
O vídeo ao lado mostra os últimos momentos de vida da jovem pernambucana
Segundo o médico legista
Manoel Marques, na época coordenador de medicina legal do Instituto
Técnico-Científico de Polícia (Itep), a jovem morreu em decorrência de
um estrangulamento. "O laudo foi assinado pelo legista Cícero Tibério e
revela que a jovem foi estrangulada por um pedaço de fio que estava
enrolado no pescoço dela", afirmou Marques.
A polícia chegou ao
apartamento após uma denúncia anônima de moradores. Vizinhos reclamaram
do mau cheiro vindo do imóvel. Os policiais arrombaram a porta e acharam
o corpo já em estado de decomposição. Antes da descoberta, Edson
Barreto chegou a entrar em contato com o pai de Clara, que mora em
Caruaru. "Ele não tinha notícias dela faziam seis dias", contou.
Eugênio Becegato Júnior deixou o prédio por volta das 13h do domingo (21) em uma Cherokee vermelha e não retornou.
O policial também contou
que a Polícia Militar esteve no apartamento no dia 19, mas teve a
entrada impedida pelo dono do apartamento. "Como não tinham mandado, os
policiais preferiram não arriscar", ressaltou o chefe de investigações
da 15ª DP.
Ele, inclusive, teria pensado em esquartejar o corpo e tirá-lo de lá em um carrinho de supermercado" Karen Lopes, delegada de polícia.
Materialidade
A delegada Karen Lopes,
titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da
Zona Sul de Natal, foi a Bahia no dia seguinte à prisão e buscou o
empresário. Na capital potiguar, Eugênio disse que só iria se pronunciar
após a emissão do laudo cadavérico.
Apesar do silêncio do
suspeito na ocasião, a delegada disse acredita ter materialidade
suficiente da culpa do empresário. Segundo ela, o crime teria acontecido
após uma briga entre Eugênio e Clara. “Nós encontramos evidências do
consumo de drogas”, apontou. Além disso, Karen afirmou que uma
testemunha teria dito que o homem pediu ajuda para ocultar o cadáver.
“Ele, inclusive, teria pensado em esquartejar o corpo e tirá-lo de lá em
um carrinho de supermercado. Ele tentou conservar o corpo inclusive
deixando o ar condicionado ligado direto”, comentou.
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