quinta-feira, 6 de março de 2014

Empresário acusado de matar jovem pernambucana no RN foge da cadeia

Fonte de.

Anderson Barbosa
Do G1 RN
Eugênio Becegato Júnior foi preso na Bahia
(Foto: Divulgação/Polícia Rodoviária Federal do RN)

Fugiu da cadeia – em circunstâncias ainda a serem esclarecidas – o empresário paulista Eugênio Becegato Júnior, acusado pelo Ministério Público de matar a jovem pernambucana Clara Rubianny Ferreira, de 26 anos, crime ocorrido em julho do ano passado dentro de um apartamento no bairro de Ponta Negra, na zona Sul de Natal. Segundo informações repassadas com exclusividade ao G1 pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, a fuga aconteceu no último dia 16 de fevereiro no CDP de Parnamirim, unidade de detenção provisória localizada na região metropolitana da capital potiguar. A juíza Eliana Alves Marinho, da 1ª Vara Criminal de Natal, cobra da Coordenadoria de Administração Penitenciária (Coape) uma explicação sobre o ocorrido.
À época da prisão, também em julho do ano passado, a defesa de Becegato afirmou que o homicídio foi cometido em legítima defesa, pois a vítima teria tentado aplicar o golpe conhecido como 'Boa noite, Cinderela' para roubar pertences do empresário.O corpo de Clara foi achado enrolado em lençóis e sacos plásticos. Um fio estava em volta do pescoço dela. De acordo com a polícia, vestígios achados no apartamento indicam que houve consumo de drogas.

Eugênio Becegato Júnior é natural de Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Ele foi preso no dia 23 julho, um dia após o corpo da vítima ter sido encontrado por vizinhos que reclamaram à polícia do mau cheiro que vinha do apartamento do acusado. O empresário foi preso ao ser abordado por agentes da Polícia Rodoviária Federal que realizaram uma barreira na BR-116, na região de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia. De lá, o acusado foi trazido para Natal, indiciado pelo crime de homicídio qualificado e, em audiência de instrução e julgamento realizado em novembro, sentenciado à sentar no banco dos réus em júri popular previsto para o mês de abril deste ano.
                                             
Clara Rubianny Ferreira tinha 26 anos e era natural de Caruaru
(Foto: Divulgação/Polícia Civil do RN)

Segundo o agente penitenciário Cid Marques, diretor do CDP de Parnamirim, Becegato estava fazendo serviços de limpeza quando sumiu. Uma tatuagem na perna possibilitou a identificação da vítima, conforme explicou o chefe de investigação da 15ª Delegacia de Polícia, Edson Barreto.

Relembre o caso

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte encontrou o corpo de Clara Rubianny Ferreira no dia 22 de julho do ano passado dentro de um apartamento no bairro de Ponta Negra, na zona Sul de Natal. Ela tinha 26 anos e era natural de Caruaru, em Pernambuco. Uma tatuagem na perna possibilitou a identificação da vítima, conforme explicou o chefe de investigação da 15ª Delegacia de Polícia, Edson Barreto.

Clara foi achada enrolada em lençóis e sacos plásticos. Um fio estava em volta do pescoço da vítima. De acordo com o chefe de investigações da 15ª DP, alguns vestígios achados no local do crime indicam que houve consumo de drogas no quarto onde o corpo da jovem estava. "Achamos um prato e uma gilete, que normalmente são usados para esquentar e separar cocaína", ressalta.
O vídeo ao lado mostra os últimos momentos de vida da jovem pernambucana

Segundo o médico legista Manoel Marques, na época coordenador de medicina legal do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep), a jovem morreu em decorrência de um estrangulamento. "O laudo foi assinado pelo legista Cícero Tibério e revela que a jovem foi estrangulada por um pedaço de fio que estava enrolado no pescoço dela", afirmou Marques.

A polícia chegou ao apartamento após uma denúncia anônima de moradores. Vizinhos reclamaram do mau cheiro vindo do imóvel. Os policiais arrombaram a porta e acharam o corpo já em estado de decomposição. Antes da descoberta, Edson Barreto chegou a entrar em contato com o pai de Clara, que mora em Caruaru. "Ele não tinha notícias dela faziam seis dias", contou.

Eugênio Becegato Júnior deixou o prédio por volta das 13h do domingo (21) em uma Cherokee vermelha e não retornou.

O policial também contou que a Polícia Militar esteve no apartamento no dia 19, mas teve a entrada impedida pelo dono do apartamento. "Como não tinham mandado, os policiais preferiram não arriscar", ressaltou o chefe de investigações da 15ª DP.
Ele, inclusive, teria pensado em esquartejar o corpo e tirá-lo de lá em um carrinho de supermercado" Karen Lopes, delegada de polícia.

Materialidade

A delegada Karen Lopes, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) da Zona Sul de Natal, foi a Bahia no dia seguinte à prisão e buscou o empresário. Na capital potiguar, Eugênio disse que só iria se pronunciar após a emissão do laudo cadavérico.

Apesar do silêncio do suspeito na ocasião, a delegada disse acredita ter materialidade suficiente da culpa do empresário. Segundo ela, o crime teria acontecido após uma briga entre Eugênio e Clara. “Nós encontramos evidências do consumo de drogas”, apontou. Além disso, Karen afirmou que uma testemunha teria dito que o homem pediu ajuda para ocultar o cadáver. “Ele, inclusive, teria pensado em esquartejar o corpo e tirá-lo de lá em um carrinho de supermercado. Ele tentou conservar o corpo inclusive deixando o ar condicionado ligado direto”, comentou.


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